segunda-feira, 4 de abril de 2011

Valorização do metro quadrado em BH garante ganho acima de 1,3% ao mês

Rentabilidade supera a de outras aplicações

O boom do mercado imobiliário é visível a partir de uma observação pelas ruas de Belo Horizonte. Casas e prédios de três andares dão lugar a edificações de grandes proporções nas áreas mais valorizadas e, por toda a cidade, o metro quadrado cresce de preço em uma proporção exponencial. A modificação do cenário urbano rende bons frutos para quem apostou no segmento como fonte de investimento. Os investidores, inclusive, representam hoje 30% dos compradores de lançamentos.

Estudo feito pelo presidente do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário e da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-Secovi), Ariano Cavalcanti de Paula, mostra que em média um terreno de 600 metros quadrados (m2) no Bairro Funcionários, vendido em 2008 por R$ 1.150 o m² foi revendido no ano passado por R$ 4,3 mil o m², o que significa uma valorização de 273% em dois anos, ou uma taxa efetiva de 5,65% ao mês. Se os terrenos renderam muito, os apartamentos tiveram uma variação menor. O estudo mostra que em um período de 66 meses, entre 2004 e 2010, a valorização média foi de 147,66%, ou 1,38% ao mês.

Quando comparado a outros investimentos, os imóveis são uma ótima pedida. Considerando os dois últimos anos, outras aplicações financeiras tiveram um rendimento menor. Quem aplicou na Bolsa de Valores teve um ganho médio de 9% no período. Já quem apostou na caderneta de poupança teve um rendimento de 11%. O CBD rendeu em média 1,01% ao mês em 24 meses.

O presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de Minas Gerais (Apimec-MG), José Domingos Viera Furtado, entende que os imóveis foram um excelente investimento, mas é preciso cuidado. “Estão em um patamar de preço alto, embora não existam sinais de queda”, entende Furtado. Ariano, do CMI-Secovi, também ressalta que a valorização excessiva dos terrenos praticamente inviabiliza novos negócios aos preços de hoje.

Aposta Indiferente às nuanças, Victor Marques de Carvalho Ferreira aposta pesado nos imóveis com conhecimento de causa, pois é coordenador de suprimentos da Asa Incorporadora. Ele começou a investir no fim de 2008 e na primeira aposta conseguiu uma valorização de 83% em um ano e meio. “Comprei por R$ 72 mil no lançamento. Dei uma entrada de R$ 12 mil e financiei o resto. Acabei vendendo por R$ 132 mil. Paguei o financiamento e embolsei o resto”, conta. Em geral, a valorização entre o lançamento e a entrega das chaves gira em torno de 35% a 40%.

Como os investidores não entram com o valor total do imóvel, a lucratividade com a compra e venda também é muito superior à simples valorização do apartamento. “Ganho entre 70% e 80% acima do valor investido”, afirma. Há seis meses, Victor gerencia um grupo de investimentos que já soma 12 pessoas. “Cada um entra com o valor que pode e depois recebe a rentabilidade proporcional ao investimento”, conta. Atualmente, Victor está com seis apartamentos comprados em diversas regiões da capital. O primeiro ponto avaliado para fechar a venda é o preço do metro quadrado. “A localização e os serviços que o prédio oferece, como espaço de lazer, também contam”, revela.(UAI)

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